Durante os últimos meses temos estado um pouco afastados das redes sociais. Não porque o desejamos, mas porque as nossas vidas não nos têm permitido dar mais pelo projeto que tanto gostamos. É um pouco mais do que gostar… é que… tudo isto começou da nossa vontade de resolver um problema que estava sem resposta. E que demoraria imenso a formalizar. Desde o inicio que somos todos voluntários, que tem as suas vantagens e desvantagens mas que nunca (quase nunca vá) nos desmoralizou. Temos, acreditamos nós, feito os possíveis para continuar a fazer crescer, de forma sustentável este projeto. Criando os mecanismos possíveis para conseguir mostrar a todos como simples ações podem ajudar a conservar a vaca-loura e todos os restantes organismos dependentes de madeira morta em Portugal.
Estamos, no final do 4º ano de amostragem do projeto, completamente estupefactos com os resultados alcançados. Graças a todas as pessoas que ativamente procuraram partilhar os seus encontros com esta espécie nas nossas plataformas e ajudar este projeto de forma voluntária conseguirmos, de uma forma geral, desde 2016:
- criar uma imagem de marca conhecida hoje em dia por milhares de pessoas;
- criar um site e uma aplicação móvel;
- alcançar milhares de pessoas nas redes sociais;
- levar a cabo uma campanha de crowdfunding que permitiu não só angariar fundos necessários ao projeto, mas também aumentar o alcance junto da população;
- aparecer em pelo menos 24 artigos em revistas ou jornais de alcance nacional ou local;
- cruzamor-mo-nos com milhares de pessoas nas dezenas de atividades que desenvolvemos em todo o país;
- criar uma data dedicada à celebração da conservação da vaca-loura em Portugal;
Tudo isto tem um impacto enorme na conservação da espécie pois, no mesmo período:
- confirmámos mais de 2300 registos de vacas-louras em Portugal por cerca de 1200 cidadãos;
- duplicamos a área de distribuição conhecida da espécie no país em relação ao conhecimento prévio de 2016;
- construímos dezenas de abrigos um pouco por todo o lado;
- reavivámos estórias e contos esquecidos por uma geração que via vacas-louras como quem vê pardais;
- demos a conhecer a espécie a uma geração que talvez nunca a iria conhecer se não fosse graças a este projeto.
2016-2019
Bem, mas tudo deve crescer de forma orgânica e por isso estamos hoje em vésperas de começar um novo ano.
Uma delas, começada em 2019, tem-nos permitido sonhar com um modo de agir que nunca pensámos conseguir implementar tão rapidamente. Neste ano, e ligado ao fim-de-semana da vaca-loura, uma das grande conquistas, conseguimos motivar cidadãos a darem mais um passo na conservação desta espécie e a tornarem-se embaixadores ativos da vaca-loura em Portugal e assim criar o que chamamos a Rede de Embaixadores da Vaca-Loura.
Ser embaixador
O Nuno e o João, de Santa Cruz da Trapa e Vizela, respetivamente, vieram abrir-nos os horizontes.
O interesse destes dois levou-nos a pensar em coisas novas. Novos mecanismos de replicação das pequenas coisas que fazemos no projeto a uma escala nacional, mas agindo a nível local. É que estes embaixadores são, na verdade, pontes de ligação às pessoas que vivem com as vacas-louras. E isto é impossível de quantificar relativamente à sua importância. É que são estas as pessoas que têm os meios capazes de ajudar à conservação desta espécie. Sãoo elas que, diariamente, gerem o território. Que definem se um carvalho fica em pé… ou não. Se os seus ramos mortos são cortados e retirados…ou não. Se há habitat para vacas-louras….ou não.
Novos desafios?
O ano de 2020 trará novos desafios pessoais para grande parte da equipa original, mas isso nunca nos parou. Acreditamos que novas pessoas só trazem coisas boas e por isso 2020 só poderá ser bom. Será certamente um ano de crescimento e muitas felicidades. E o ano começará exatamente com um novo desafio, de fazer crescer esta rede, lançando um mote para a participação ativa de mais cidadãos que se queiram tornar embaixadores. E toda a gente pode ser. Basta mostrar interesse!
Obrigado a todos que nos têm ajudado, de todas as formas possíveis e imaginárias. Nem nos nossos sonhos mais loucos contávamos estar aqui hoje. Obrigado